Resumo: A cidade de Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, teve sua área urbana totalmente inundada pelas águas da usina hidrelétrica de Nova Ponte, e sua população reassentada em uma nova cidade construída a três quilômetros da antiga. O trabalho busca levantar as questões sociais, econômicas, políticas e culturais, no processo dessa transferência e de sua transformação urbana. Diagnosticar os caminhos percorridos por esta sociedade, através do levantamento de questões de apropriação do espaço, a relação entre as esferas públicas e privadas, dando significado à memória em espaços cotidianos distintos, mas correlacionados. Questiona sobre o fazer arquitetônico e a história, a relação entre a idéia de sujeito e lugar, no momento em que os projetos hidrelétricos seriam o suporte para novas experimentações arquitetônicas, a partir de uma velha cidade condicionada à esfera doméstica e dominada pelas relações de produção pré-capitalistas. Considerando a relação entre o investimento de capital no processo de construção do urbano, a intervenção do estado, aliado a setores de capital, e a organização das forças sociais em Nova Ponte, através da fundação de sindicatos e movimentos populares na luta pela nova cidade.