História

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Preservando a história da eletricidade no Brasil

Instituída em 1986 por iniciativa da Eletrobras com o objetivo de preservar a história da indústria da eletricidade no país, a Memória da Eletricidade trabalha com preservação de acervos, gestão da informação e gestão do conhecimento. A partir dessa premissa, a instituição desenvolve projetos, organiza eventos e promove ações em pesquisa histórica.  

Ao longo dessas mais de três décadas, a Memória da Eletricidade editou e publicou mais de 100 livros – pelos quais recebeu 16 prêmios e menções de reconhecimento –, empreendeu inúmeras pesquisas e promoveu várias exposições. A entidade organiza e mantém um precioso acervo histórico. São mais de 12 mil livros e periódicos em sua biblioteca e 50 mil itens em seu arquivo. Outra atividade importante da Memória da Eletricidade é o registro da história oral do setor elétrico brasileiro. Como parte desse programa, já foram colhidos, catalogados e arquivados cerca de 300 depoimentos de personalidades e profissionais ligados ao setor.


Transformando a memória em conhecimento, informação e valor

Com importante atuação no setor de energia, a Memória da Eletricidade amplia seu leque de atuação no segmento de memória empresarial. A partir da sua expertise de gestão da informação e gestão do conhecimento, passa a disponibilizar um portfólio de serviços para empresas e instituições de diversas áreas. Assim, a Memória da Eletricidade oferece a possibilidade de desenvolver estrategicamente os fluxos de informação das organizações e cuidar do verdadeiro patrimônio de qualquer entidade: o conhecimento. É a transformação da memória em conhecimento, informação e valor.

Numa outra linha de gestão do conhecimento, a Memória da Eletricidade desenvolve programas para se tornar referência na atualização de profissionais no setor elétrico e da área de preservação e acervos históricos.


Passado, presente e futuro cada vez mais conectados

A expansão da Memória da Eletricidade para novos segmentos atende às demandas de um novo mercado, no qual a comunicação é predominantemente digital e a atualização e a gestão do conhecimento são ferramentas de transformação. Na era das mudanças digitais instantâneas​, estamos em diversos lugares ao mesmo tempo​ e geramos, compartilhamos e consumimos informação. Num único segundo, nosso agora já virou passado e nos tornamos memória.​​ Neste cenário, a Memória da Eletricidade trabalha para a construção de um acervo de saberes compartilhados em um ambiente colaborativo.


Presidentes

Mario Bhering

Mandatos:
10/1986 – 05/1990 (1ª gestão)
05/1993 – 09/2009 (2ª gestão)

Fundador da Memória da Eletricidade, Mario Bhering foi presidente da Eletrobras em dois mandatos. Participou ativamente da criação de Furnas e da Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig). Foi presidente da Comissão de Integração Energética Regional da América Latina (Cier) em 1967, consultor e um dos idealizadores de Itaipu Binacional (1977).

Com o objetivo de preservar a memória do setor elétrico, criou, em 1986, o Centro da Memória da Eletricidade no Brasil. Durante o primeiro período como presidente da Memória da Eletricidade (1986-1990), Mario Bhering contribuiu decisivamente para a montagem do programa de História Oral da entidade e lançou a primeira edição do livro "Panorama do Setor de Energia Elétrica no Brasil", que reconstitui a história da indústria da eletricidade no país. A publicação é considerada por especialistas fonte de consulta obrigatória para estudiosos do processo de formação e desenvolvimento do setor. Reconduzido ao cargo em 1992, deu continuidade ao amplo e diversificado programa de atividades da instituição nas áreas de documentação, pesquisa e comunicação.

Mario Bhering nasceu em 1922. Foi presidente da Cemig em dois períodos (1966-1967 e 1983-1985) e da Eletrobras por oito anos. Deixou um legado de pioneirismo, inovação e tecnologia. Durante seu mandato, foi criada a Eletros (Fundação Eletrobras de Seguridade Social). Apreciador de música clássica e pintura, faleceu aos 87 anos, em 2009.


Eliseu Resende

Mandato: 10/1992 – 03/1993

Engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com mestrado e doutorado pela Universidade de Nova York, Eliseu Resende seguiu uma carreira profissional de destaque no setor público, tanto na área de transportes quanto na de energia elétrica. Fundou o Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR) da UFMG, dirigiu o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Também foi ministro dos Transportes entre 1979 e 1985.

Em 1990, assumiu a presidência de Furnas. Dois anos depois, comandou a Eletrobras e simultaneamente o Centro da Memória da Eletricidade no Brasil. Sua gestão à frente da holding federal teve como ponto alto a participação no processo de elaboração da lei que determinou o fim da equalização tarifária e possibilitou o restabelecimento da adimplência entre as empresas estatais de energia elétrica.

Um dos legados de Eliseu Resende como presidente da Memória da Eletricidade foi a publicação do livro "Octavio Marcondes Ferraz: Um Pioneiro da Engenharia Nacional", além das exposições "Chesf, 45 anos" e "Eletrosul, 25 anos". Em 1993, deixou o cargo de presidente da Eletrobras para assumir o Ministério da Fazenda.

José Maria Siqueira de Barros

Mandato: 05/1990 – 10/1992

Segundo presidente do Centro da Memória da Eletricidade, José Maria Siqueira de Barros ficou dois anos e meio à frente da entidade. Durante o período exerceu também a presidência da Eletrobras.

Sua passagem à frente da Memória da Eletricidade deixou como legado o livro "História do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel", que traça um panorama dos 15 primeiros anos de atuação da instituição. A obra é referência bibliográfica sobre pesquisa aplicada para obtenção de soluções tecnológicas voltadas aos vários segmentos da cadeia de fornecimento de energia elétrica.

Formado pela Escola de Engenharia Mackenzie, de São Paulo, em 1958, José Maria Siqueira de Barros iniciou a sua carreira pública na Companhia Hidrelétrica do Rio Pardo (Cherp), encampada pela Centrais Elétricas de São Paulo (Cesp) no fim de 1966. Ele passou a integrar o quadro de engenheiros da empresa desde a sua constituição. Após passagem pela Companhia do Metropolitano de São Paulo e pela Secretaria de Transportes do governador paulista Paulo Maluf, assessorou o ministro do Planejamento Delfim Neto na gestão do presidente João Figueiredo. O seu currículo inclui também a presidência da Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro.

Mario Santos

Mandato: 10/2009 – 03/2017

Mario Fernando de Melo Santos tornou-se, em outubro de 2009, o quarto presidente do Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, em substituição a Mário Bhering, presidente-fundador da entidade.

Em sua gestão, a Memória da Eletricidade promoveu as primeiras edições do Preserva.ME, com objetivo de estimular a troca de experiências de profissionais de diferentes áreas, como história, arquivologia, biblioteconomia, museologia e ciências da informação. Também merece destaque a publicação do livro “O rio Tocantins no olhar dos viajantes: paisagem, território, energia elétrica” premiado em 2014 pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) na categoria Publicação Especial (etapa Regional Norte/Nordeste e etapa Nacional).  

Com mais de cinquenta anos de vida profissional no setor elétrico, Mario Santos começou sua carreira na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), em 1963, destacado para funções importantes na área de operação até se tornar diretor da empresa, em 1979. Nos anos de 1986 e 1987, foi presidente do Comitê de Coordenação da Operação Norte-Nordeste (CCON).Esteve à frente da Diretoria de Operação da Eletrobras entre 1991 e 1998. De janeiro a maio de 1995, respondeu interinamente pela Presidência da Eletrobras. Mario Santos deixou a Diretoria de Operação da holding em 1998, quando foi eleito o primeiro diretor-geral do ONS, sendo reconduzido por duas vezes ao cargo.


Augusto Rodrigues

Mandato: 06/2017 – 09/2023

Quinto presidente do Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, Augusto Rodrigues liderou uma fase de mudanças na instituição. Sob sua gestão, a Memória da Eletricidade ampliou seu campo de atuação, tornando-se um centro de conhecimento, informação e memória. Foi responsável pelo lançamento da Revista Comunicação & Memória, do Panorama da Energia e foi também durante a sua gestão que o projeto das Bibliotecas da Energia se consolidou.

Formado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com longa passagem como diretor da CPFL Energia, distribuidora de energia elétrica com sede em Campinas (SP). Sua atuação nas áreas de comunicação, marketing, sustentabilidade e cultura da companhia teve como grande marco a criação do Espaço Cultural CPFL, hoje Instituto CPFL, considerado referência pelo setor. Nos anos de 2003, 2007, 2009 e 2012, Augusto Rodrigues recebeu o Prêmio Personalidade do Ano em Comunicação, da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Compõe o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, órgão de direção da TV Cultura e da Rádio Cultura, emissoras públicas do Estado de São Paulo.

Augusto Rodrigues comandou a Memória da Eletricidade de agosto de 2017 à setembro de 2023.

Alberto Galvão Moura Jardim