Conheça as 10 maiores usinas do Brasil, segundo a Aneel
O Brasil é o terceiro maior produtor de energia renovável do mundo, atrás somente da China e dos Estados Unidos, e as fontes limpas já são mais de 70% da matriz de geração do país. Nesse contexto, um fato chama a atenção: as dez maiores geradoras em potência instalada no país são usinas de fonte hídrica ou hidrelétrica. O ranqueamento é feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com base na potência instalada de cada uma.
A partir disso, preparamos uma lista com estas dez UHEs e narramos seus detalhes e particularidades. Ao longo do panorama, são disponibilizados links para materiais sobre algumas das usinas, disponíveis no acervo da instituição. Confira:
10ª - Teles Pires
UHE Teles Pires vista de cima. Foto: Divulgação
Construída no rio Teles Pires, afluente do rio Tapajós, na fronteira que divide o Pará do Mato Grosso, nos municípios de Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT), a Usina Hidrelétrica (UHE) Teles Pires tem potência instalada de 1.819.800,00 kilowatts e abastece 13,5 milhões de pessoas. A operação, iniciada em 2015, conta com cinco turbinas, de 364 kW cada.
A barragem chega a 224 metros e se estende por 1,6 km. Já o reservatório formado pela usina tem aproximadamente 70 km de comprimento e ocupa uma área de 150 km². A ligação com o Sistema Interligado Nacional (SIN) é feita por uma linha de transmissão de alta tensão, que se conecta na subestação de Ribeirãozinho, em Mato Grosso, perto da divisa com Goiás.
9ª - Itumbiara
UHE Itumbiara vista de cima. Foto: AC Júnior / Furnas
Operada por Furnas, a UHE de Itumbiara fica no rio Paranaíba, na divisa entre Itumbiara (GO) e Araporã (MG), e opera com potência instalada de 2.082.000.00 kW. A hidrelétrica produz energia para cerca de quatro milhões de pessoas a partir de seu reservatório, que tem 800 km² e banha 47 municípios.
Funcionando desde 1981, Itumbiara foi a UHE que mais obteve investimentos nacionais durante a construção, com um índice de 97% de contribuição de empresas brasileiras. A barragem tem 106 metros de altura, e a capacidade instalada é composta por seis unidades geradoras.
8ª - Paulo Afonso IV
Usina Paulo Afonso IV vista de cima. Foto: Divulgação / Chesf
A Usina Paulo Afonso IV tem potência instalada de 2.462.400,00 kW e é administrada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Eletrobras Chesf), operando desde 1979. A UHE integra o Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, localizado na Bahia e implantado no rio São Francisco, que é composto também pelas usinas de Paulo Afonso I, II e III.
A energia é gerada a partir da força das águas da Cachoeira de Paulo Afonso, um desnível natural de 80 metros do rio que abastece as usinas. Inaugurado em 1955, o complexo contribuiu ativamente para o desenvolvimento do nordeste, e abastece grandes cidades da região, como Salvador, Recife, Aracaju, João Pessoa, Campina Grande, entre outras.
7ª - Xingó
Hidrelétrica do Xingó vista de cima. Foto: Divulgação / Chesf
Operada por Chesf, a hidrelétrica do Xingó também fica no São Francisco, na divisa entre Alagoas e Sergipe, nas cidades de Piranhas (AL) e Canindé de São Francisco (SE). A potência instalada da UHE, que opera desde 1994, é de 3.162.000,00 kW, com barragem de 830 metros de comprimento e 140 metros de altura.
O reservatório, que tem capacidade de armazenamento de 3,8 bilhões de metros cúbicos de água e cobre uma área de 60 km², também auxilia na regulação do volume de água do São Francisco, podendo prevenir enchentes ou até secas extremas. Xingó conta com seis turbinas Francis, cada uma produzindo 527.000.00 kW.
6ª - Ilha Solteira
A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira está situada no rio Paraná, na divisa entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria (MS). É a maior usina hidrelétrica do estado de São Paulo e a sexta maior do Brasil, com capacidade instalada de 3.444.000,00 kW, dividida entre 20 turbinas Francis.
Com uma barragem de 5,6 km de extensão e um reservatório capaz de armazenar 21 bilhões de m³ de água, a Usina Ilha Solteira, inaugurada em 1973 e administrada pela Rio Paraná Energia S.A., parte do grupo CTG Brasil, poderia abrigar uma quantidade de água equivalente a seis Baías de Guanabara, do Rio de Janeiro. A energia gerada na UHE é suficiente para abastecer uma cidade de 3,4 milhões de habitantes.
5ª - Santo Antônio
UHE de Santo Antônio vista de cima. Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia
Quinta maior do país, a Usina de Santo Antônio fica no rio Madeira, no município de Porto Velho, em Rondônia, região Norte do Brasil. Totalizando capacidade instalada de 3.568.000,00 kW, formada por 50 turbinas do tipo bulbo, cada uma com 716.000,00 kW de potência, consegue atender o consumo de mais de 45 milhões de pessoas e opera desde 2012.
A UHE foi construída no modelo “fio d’água”, que utiliza um reservatório relativamente pequeno (área 422 km²), com objetivo de minimizar alguns impactos ambientais que podem vir a ser ocasionados por barragens maiores. Com operação iniciada em 2012, na Amazônia Legal (área da floresta que pertence ao Brasil), a energia gerada é transmitida via linhas de alta tensão que abastecem, especialmente, a região Norte e o Sudeste/Centro-Oeste do país.
4ª - Jirau
UHE de Jirau vista de cima. Foto: Divulgação / Jirau Energia
Vizinha de Santo Antônio, a Usina de Jirau também fica no rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia, e é a quarta maior do Brasil em capacidade instalada, com 3.750.000,00 kW. Opera com 50 turbinas tipo bulbo, cada casa força com potência de 75.000,00 kW, eficientes em rios de baixa queda e alta vazão, como o Madeira.
A barragem tem quase 8 km de comprimento e 62 metros de altura máxima, também construída no modelo fio d’água, com reservatório de 361,6 km², que também auxilia na redução de enchentes na região. A UHE, inaugurada em 2013, é operada pela empresa Jirau Energia.
3ª - Itaipu (Brasileira)
Itaipu Binacional é uma das usinas mais famosas do país e a terceira maior do Brasil e do mundo. Localizada em Foz do Iguaçu, no Paraná, na fronteira com o Paraguai, o lado brasileiro da geradora tem capacidade instalada de 7.000.000,00 kW, quase o dobro da UHE de Jirau. A barragem principal tem quase 8 km de comprimento, com 196 metros de altura.
Além de ser um marco da engenharia brasileira, Itaipu também é referência mundial em energia limpa. É, ainda, extremamente importante para o turismo em Foz: funcionando desde 1977, antes ainda de começar a operar, a geradora já recebeu mais de 25 milhões de visitantes, somando as duas margens.
Inaugurada em 1984, fornece 8,7% da energia consumida no Brasil e 86,4% da energia consumida pelo Paraguai. A Memória da Eletricidade está conduzindo um programa de História Oral em parceria com Itaipu, em comemoração aos 50 anos da geradora.
2ª - Tucuruí
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí fica no rio Tocantins, no município de Tucuruí, no Pará, também na Amazônia Legal. Administrada pela Eletronorte, é a segunda maior usina hidrelétrica brasileira, com capacidade instalada de 8.535.000,00 kW. Abastece toda a região Norte do país e, em períodos de cheia, complementa a demanda do restante do país pelo Sistema Interligado Nacional.
A barragem tem 11 km de comprimento e 78 metros de altura, com um reservatório de 2.850 km² quando cheio. Inaugurada em 1984, a usina alavancou a formação do município de Tucuruí, que, atualmente, é um dos mais prósperos do Pará, principalmente por conta dos royalties provenientes da geração de energia.
1ª - Belo Monte
A UHE Belo Monte, administrada pela Norte Energia, é a maior usina do Brasil. Sua capacidade instalada é de 11.233.100,00 kW, o que garante 16% da demanda de energia de todo o país e pode atender até 60 milhões de pessoas. Referência internacional na segurança de barragens e em desempenho operacional, opera na bacia do rio Xingu, também no Pará, que corta os municípios de Vitória do Xingu, Brasil Novo e Altamira.
Inaugurada em 2016 e operando em capacidade total desde 2019, Belo Monte gera energia limpa e renovável. O projeto inclui uma barragem principal no Sítio Pimental, um canal de derivação de 20 km, e casas de força principal e complementar. A usina é do tipo fio d'água e possui dois reservatórios de regularização com área total de 478 km². É fator-chave na matriz energética brasileira, e os estudos para sua construção começaram ainda nos anos 1970.



