A ENGIE Brasil, líder em energia 100% renovável no país, com atuação em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, transporte de gás e soluções energéticas, viu no arquivo pessoal do chairman do Grupo no Brasil, de Mauricio Bähr, uma oportunidade valiosa de contar a sua trajetória institucional. Em parceria com a Memória da Eletricidade, o conjunto documental foi estruturado e transformado em uma publicação inédita.

Sobre o projeto

O projeto teve início com a chegada, à Memória da Eletricidade, de um acervo reunido por Mauricio Bähr ao longo de mais de trinta anos. Esse conjunto incluía desde recortes de jornais e documentos institucionais, convites, entrevistas e correspondências. A iniciativa contou com a atuação conjunta da Memória da Eletricidade e da área de Comunicação da ENGIE Brasil, liderada por Gil Maranhão e Leandro Provedel. Carolina Frazão, que coordenou o projeto pela ENGIE, além de acompanhar todas as etapas, foi a responsável pela revisão integral dos materiais — incluindo o conteúdo da linha do tempo que originou o livro, o próprio livro e sua estética editorial — assegurando a consistência narrativa, visual e institucional da publicação.

A equipe técnica da instituição iniciou uma análise da origem e da lógica de coleção desses materiais, compreendendo suas motivações, usos e vínculos temáticos. Em paralelo, foi conduzido um estudo da trajetória da ENGIE e do próprio Bähr, com o objetivo de alinhar o tratamento arquivístico às particularidades da história institucional e à atuação do executivo.

A partir desse mapeamento, foi construído um quadro de arranjo arquivístico com cinco grandes séries temáticas: atuação institucional, marcos regulatórios, investimentos, ações de marca e documentos pessoais. As séries foram desdobradas em subséries, quando necessário, agrupando os documentos de forma a preservar a organicidade e facilitar a leitura dos contextos. Uma estrutura que possibilita a recuperação das informações e a compreensão da evolução institucional da ENGIE no Brasil, articulada à transformação do setor energético nacional.

Com o arranjo definido, a equipe iniciou as etapas técnicas de preservação e digitalização. Todos os documentos passaram por higienização manual, assegurando sua integridade física. Em seguida, foi elaborado um inventário técnico, com descrição padronizada, recuperação de datas, assuntos e tipos documentais. Em seguida, os documentos foram digitalizados em alta resolução, nos formatos TIFF (orientado à difusão com tecnologia OCR) e PDF (voltado à preservação de longo prazo). A tecnologia OCR (Optical Character Recognition) foi empregada para tornar os documentos digitalizados pesquisáveis por texto.

Resultados

O inventário técnico incluiu mais de 260 documentos, organizados e descritos em nível item, abrangendo cerca de 4 mil páginas – sendo mais de mil digitalizadas. Esse instrumento foi base para o desenvolvimento de uma linha do tempo digital interativa, que apresenta cerca de 70 marcos institucionais da ENGIE e do setor elétrico nacional entre 1993 e 2024. Cada marco da linha do tempo foi fundamentado por documentos do acervo, e parte deles foi diretamente vinculada à plataforma DocReader, permitindo consulta simultânea ao conteúdo fonte.

Desdobramentos

Um dos frutos do projeto foi a publicação do livro "Entre Linhas e Colunas – A história da ENGIE contada na imprensa por Mauricio Bähr". A ideia surgiu por demanda da própria ENGIE, em função da qualidade alcançada no processo de curadoria. A obra apresenta os principais episódios da trajetória do executivo e da empresa ao longo de trinta anos, organizados por décadas e ilustrados por matérias jornalísticas, registros institucionais e reflexões autorais de Bähr publicadas na imprensa.

O livro, com 108 páginas em formato A4, foi impresso com acabamento gráfico de excelência e ganhou uma luva protetora personalizada, tornando-se um objeto editorial de valor simbólico e institucional, utilizado em ações de relacionamento com públicos-chave.

Essa articulação entre diferentes formatos e linguagens conferiu ao projeto um caráter inovador e multifuncional.

Mais do que um trabalho de preservação documental, este projeto evidencia o potencial da memória como instrumento estratégico de valorização institucional e de inspiração coletiva. Cada documento, imagem e testemunho reunidos compõem um registro consistente de uma trajetória que extrapola o âmbito individual e se inscreve na história do setor elétrico brasileiro. Ao apresentar a evolução da ENGIE sob a perspectiva de Mauricio Bähr, é possível reafirmar que a energia que impulsiona o país também é capaz de inspirar novas reflexões sobre nosso presente e o futuro energético.