A Memória da Eletricidade dedica seus esforços e tem como principal missão a preservação histórica por meio de seus acervos e ações de divulgação científica. Mas, afinal, por que preservar?

Instituições como museus, centros de memória, centros de documentação, arquivos e bibliotecas têm a tarefa de registrar e preservar a memória e a história do país. Por meio de documentos e artefatos do passado, é possível resgatar e entender melhor processos históricos e políticos, que servem como ferramentas para a construção de novas ideias.

Para os estudiosos e profissionais das áreas de preservação, a história deve ser entendida como um processo dinâmico, no qual existem múltiplas vozes, discursos e perspectivas. O reconhecimento desses fatos é fundamental para uma compreensão mais completa do passado. A preservação histórica desempenha um papel crucial na formação de uma consciência crítica e reflexiva, permitindo que as sociedades aprendam com suas experiências.

Preservar a história ressalta a importância da memória coletiva e da construção da identidade cultural. Segundo o historiador Jacques Le Goff, a história não se resume a uma sequência de eventos, mas se configura como um campo dinâmico, em que a interpretação e a representação do passado são essenciais para a compreensão de quem somos. A memória histórica é fundamental para a identidade cultural e social de um povo. Destaca-se que a preservação da história não se limita apenas a documentos. Um exemplo é o Programa de História Oral da Memória da Eletricidade, no qual, a partir das lembranças e da oralidade, é possível entender a história a partir da trajetória de uma pessoa.

Pensando nisso, a Memória da Eletricidade busca preservar documentos que registram o passado do setor de energia elétrica brasileiro e da história do país, suscitando debates acerca do desenvolvimento social ligado à energia. Os vestígios de engenheiros trazem mais do que cadernos de campo, relatórios e outros documentos técnicos; eles guardam em si o pensamento de uma época, costumes, desafios, o cotidiano e informações que auxiliam os pesquisadores no entendimento de uma sociedade por inteiro, através da produção documental de uma pessoa, compreendendo toda uma estrutura social e política vigente.

Ressalta-se ainda que a cultura e as narrativas compõem a memória de um povo e, por isso, instituições de guarda documental se preocupam em disponibilizar a história para que, hoje e no futuro, possamos compreender suas raízes e desenvolver um senso crítico sobre seu lugar no mundo.