Conectando os fios da invenção
Descritor
Antônio Gomes de Oliveira, nascido em 15 de novembro de 1889, no estado da Bahia, foi foguista extranumerário da Marinha do Brasil no Encouraçado Deodoro, em 1907, e fez parte da Revolta da Chibata, sendo anistiado em 25 de novembro de 1910.
Diplomado pela Inspetoria Geral de Iluminação, ocupou o cargo de primeiro mecânico eletricista na Câmara dos Deputados, em agosto de 1926, na cidade do Rio de Janeiro. Tornou-se mais tarde o eletricista chefe do Palácio Tiradentes. Nesse mesmo local, Antônio Gomes de Oliveira aposentou-se, em 1958, com mais de 35 anos de serviço como Inspetor de Segurança.
Mesmo aposentado, continuou prestando serviços no setor das instalações elétricas no Palácio Tiradentes. Com o título de funcionário aposentado mais idoso, fundou a Associação dos Funcionários Aposentados do Congresso Nacional. Não se limitando à sua atuação na Câmara dos Deputados, o mecânico eletricista investiu esforços na criação de um mecanismo acumulador e transformador motriz de força mecânica natural, que levou o nome de “Motriz Universal”. A invenção do equipamento tinha como objetivo gerar energia motriz por meio de uma manivela.
O artefato foi devidamente registrado pelo seu inventor na Diretoria Geral da Propriedade Industrial, em 21 de junho de 1929. Em 2022 a Memória da Eletricidade recebeu a doação do acervo pessoal de Antônio, que é composto por documentos textuais e tridimensionais, produzidos e acumulados pelo titular, que evidenciam suas atividades, processos e funções tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Entre os itens estão plantas relativas à sua atuação enquanto eletricista, recortes de jornal que registram sua trajetória profissional e desenhos técnicos de um protótipo de mecanismo acumulador e transformador motriz de força mecânica natural, registrado com o nome de Máquina Motriz Universal.
Tratamento técnico
Após receber o material, foi iniciado o processamento técnico dos documentos, começando por um diagnóstico qualitativo. Em seguida, foi desenvolvido um inventário dos itens doados, registrando a procedência do material para formalizar a doação. A prática da quarentena foi adotada para proteger os demais acervos da instituição de possíveis agentes externos que poderiam comprometer o patrimônio documental.
Posteriormente, iniciado o processo de preservação preventiva do material, que incluiu desmetalização, higienização (remoção de sujeiras com trinchas) e acondicionamento em envelopes de preservação, de acordo com as necessidades de cada tipo de suporte documental. Para compreender o contexto de produção e acumulação dos documentos, foi feito um levantamento de informações sobre o titular do acervo.
A Memória da Eletricidade custodia e preserva o mecanismo, seguindo as diretrizes de preservação e conservação a fim de garantir a integridade física e a longevidade do artefato histórico. Toda esta documentação foi descrita e indexada e já se encontra disponível para consulta clicando aqui.





