Ney Aminthas de Barros Braga nasceu em Lapa (PR} no dia 25 de julho de 1917.

Cursou a Escola Militar do Realengo e a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao), no Rio de Janeiro (DF), de onde saiu em 1948. Serviu em ltu (SP), Curitiba (PR) e no Rio Grande do Sul. No governo de Bento Munhoz da Rocha Neto, ocupou o cargo de chefe de polícia do estado do Paraná (1952-1954). Filiado ao Partido Libertador (PL), foi o primeiro prefeito de Curitiba eleito diretamente (1955-1958). Mais tarde, ajudou a fundar e foi eleito presidente nacional do Partido Democrata Cristão (PDC), pelo qual exerceu os mandatos de deputado federal (1958-1961) e de governador do Paraná (1961-1965).

Em 1961, foi um dos líderes do movimento que garantiu a posse do vice presidente da República João Belchior Marques Goulart, durante a crise provocada pela renúncia do presidente Jânio da Silva Quadros em agosto daquele ano. Dois anos depois, ainda como governador, ocupou a Presidência do Conselho de Desenvolvimento do Extremo Sul (Codesul). Também em 1963 foi

transferido para a reserva do Exército como general-de-brigada. No governo do marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967), chefiou o Ministério da Agricultura (1965-1966) e assumiu a Presidência da Fundação Movimento Universitário de Desenvolvimento Econômico e Social (Fundação Mudes), cargo que ocuparia por mais de três décadas. Com a instauração do bipartidarismo, em novembro de 1965, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), legenda

pela qual elegeu-se senador (1967-1974). De dezembro de 1968 a outubro de 1969 - período em que o Congresso Nacional esteve fechado por força do Ato Institucional nos -, ocupou a Vice Presidência da empresa Atlântica Boa Vista de Seguros. Foi também ministro da Educação (1974- 1978), no governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), e novamente governador do Paraná (1979-1982). Com o fim do bipartidarismo, em novembro de 1979, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS). Eleito presidente da agremiação no Paraná, candidatou-se às eleições para o Senado em 1982, sem sucesso. Em 1984, deixou a legenda para ser um dos fundadores do Partido da Frente Liberal (PFL).

Em maio de 1985, durante o governo do presidente José Sarney Costa (1985-1990), foi empossado no cargo de diretor-geral de ltaipu Binacional, em substituição ao general José Costa Cavalcanti.

Sua gestão deu prosseguimento ao programa de implantação da Usina Hidrelétrica ltaipu e de fornecimento de energia elétrica aos mercados paraguaio e brasileiro. A potência instalada da usina foi consideravelmente ampliada no período, com a entrada em operação de 13 unidades geradoras, perfazendo um total de 15 máquinas construídas ao final de 1989. Em termos potenciais isso significou uma capacidade de geração máxima de 10.500 milhões de KW, cerca de 83% do total projetado para 1991, quando as 18 unidades previstas deveriam estar todas concluídas. O fornecimento da energia gerada pela usina também teve um aumento significativo, atingindo cerca de 70% do mercado nacional paraguaio e aproximadamente 30% do consumo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil em 1990.

Não obstante os avanços na construção do empreendimento, a empresa foi duramente afetada pela crise que se abateu sobre a economia brasileira nos anos 1980. Pressionada pela defasagem dos preços das tarifas com relação à inflação e pelos sucessivos atrasos de pagamento das concessionárias brasileiras, a empresa atrasou o cumprimento de alguns compromissos e enfrentou dificuldades para a obtenção de novos empréstimos e financiamentos. Ney Braga foi sucedido na Presidência da ltaipu Binacional por Fernando Xavier Ferreira em 1990.

No governo de Roberto Requião de Melo e Silva (1991-1994), presidiu o Conselho Administrativo da Companhia Paranaense de Energia (Capei). Faleceu em Curitiba no dia 16 de outubro de 2000.

Sobre sua carreira política foi publicado: Ney Braga; tradição e mudança na vida política (1996), de autoria do jornalista Aderbal Fortes de Sá Júnior.